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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Why Johnny Can´t Sing Hymns

Why Johnny Can´t Sing Hymns - How Pop Culture Rewrote the Hymnal
T. David Gordon

Este livro de T. David Gordon não é mais um livro de louvor, o seu escopo é mais específico e discute uma coisa, o problema da tradição cristã ter quase que sucumbido à contemporaneidade do louvor actual. O que o distingue não é tanto o seu escopo, mas a discussão que faz sobre a cultura, formas de entretenimento e a forma como coloca a Igreja neste contexto.
Gordon tem pontos interessantes, mas preconceitos fortes e aplicações que pelo menos para mim são complicadas de concretizar. Tem, no entanto, a capacidade de nos fazer pensar sobre estas questões.

Gordon ensina media ecology no Grove City College. Ensina o quê? Media ecologists look at all media in a particular way. They view media both as social constructs (things that reflect cultural values) and as social constructors (things that shape cultural values). Media ecologists tend, therefore, to ask a range of questions that others do not. They tend, for example, to view pop culture itself as a medium, something created by a culture that, in turn, shapes the culture in particular ways (P.9)
Esta é, então, parte da base teórica para perceber a estrutura do livro. Gordon é pastor, presbiteriano, e esse aspecto poderá explicar o restante (não é uma crítica, mas sabemos que as denominações ou tendências teológico-doutrinárias se apegam a determinados pontos de vista para explicitar as suas opiniões. O que quero dizer com esta frase é que a opinião poderia seria distinta fosse o autor (neo)pentecostal ou arminiano).

O autor afirma que a contemporaneidade é um valor implícito na nossa cultura, ouvimos música onde quer que estejamos (carro, emprego, lojas, através de uma série de dispositivos que possuímos ou que nos é dado o acesso, quer queiramos ou não - a ubiquidade da música na nossa sociedade é um dado indesmentível), para ele esta predominância de música contemporânea faz com que, em larga medida, as novas gerações ignorem a música que as antecedeu, talvez não em décadas, mas sem séculos. O verbo ignorar tem aqui um duplo sentido, ignoram no sentido de desconhecem, ou quando conhecem passam por cima dela, não a entendendo ou gostando.
Gordon descreve a postura de algumas igrejas (enquanto corpo) em momentos de louvor como similares à postura em concertos nos anos 60. The sixties is the watershed: everything before the sixties is "old"; everything after is "contemporary". (p.13)
O que Gordon quer dizer é que a maior parte da música que ouvimos é pop e tomamos este género como o único tipo de música que existe, quando ouvimos algo que não segue as mesmas regras, achamos estranho e não nos parece música, pelo menos música que queiramos cantar ou ter nas nossas igrejas.
Gordon pretende que entendamos o seu livro como descritivo, mas confessa que que muito dele é prescritivo e proscritivo. My goal is to explain why we have a preference for music that is often literally, theologically, or musically inferior, and i cannot do this by merelly asserting that much contemporary worship music is inferior" (p.15)

É então este livro que nos acompanhará nos próximos dias. Sintam-se livres de comentar e discutir alguns dos pontos referidos ou feitos por mim.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Adoração e louvor

Neste momento há poucos assuntos que me interessem mais do que aqueles relacionados com adoração e louvor. Tenho uma série de livros sobre o assunto e estou a ler dois ou três desses livros.
O meu interesse sobre a questão parte, provavelmente, da consciência das alterações efectuadas na minha igreja e das opções tomadas.
Alguns acham-me demasiado conservador, outros argumentam que é uma questão de gosto, uns concordam comigo mas sem grande convicção, já que concordam com as opiniões contrárias. Não pensem que no tocante a esta questão pense que seja tudo uma questão de gosto ou de opinião, penso que há princípios claros na Palavra que nos indicam que nem tudo é deixado ao gosto de cada um.

Clarificando:

- será igual ter membros na equipa de louvor que não sejam crentes ou que publicamente ainda não tenham dado esse testemunho? Ou nas palavras de Tozer, somente o crente adora.
- pessoalmente, o estilo não me incomoda, tenho encontrado autores que desconfiam de determinados instrumentos, ainda não tomei uma decisão acerca disso.
- mas se o estilo é quase sempre secundário (ainda que dependa do que se toca e da forma como se toca), o conteúdo não é, pelo menos para mim. Sinto que muitas vezes, estamos a cantar pouco mais do que mantras, pequenas frases com conteúdo teológico curto, durante grande parte das nossas reuniões.
- o louvor é a parte central dos nossos cultos? Quanto tempo dura o louvor e quanto tempo dura a pregação, leitura da Palavra e oração?
-seria capaz de estar numa igreja sem louvor? Conseguiria estar numa igreja sem pregação? São duas perguntas "parvas", mas como já ouvi respostas "parvas", coloco-as aqui.
- será que a emoção e "os encontros com Deus" que alguns têm através do louvor são bíblicos? Qual o objectivo do louvor? O que é louvor e adoração?
- quantas pregações já ouvi sobre louvor e/ou adoração? Tenho sido ensinado como praticar estas duas áreas da vida cristã? O meu/teu pastor já pregou sobre princípios relacionados com estas duas áreas?
- sinto que por vezes há menos problemas em discutir questões teológicas, até de uma forma dura, mas que há um cuidado quase temeroso em discutir a adoração e louvor.
- que preparação teológica tem o líder de louvor e os músicos? Precisam de ter ou bastam ser bons músicos?
- deverá haver ligação/comunicação entre a equipa de louvor e o pastor/pregador? Haver um cuidado nas escolhas feitas, tendo em conta a mensagem que vai ser pregada?
- qual o papel da comunidade/igreja? Muitas vezes estou na congregação e não os oiço cantar, não estou a ouvir a congregação a cantar, mas a equipa de louvor. É isto lícito? Bom? Um erro?
- Não critico os cuidados/preparação musical, mas critico a falta de cuidados com a letra. Quantas vezes tenho olhado para as letras projectadas na tela e vejo erros ortográficos, de pontuação, de sentido. São estas coisas de pequena importância?

Estas são algumas das questões que me levam a procurar aqui e acolá livros sobre este assunto. Confesso que nem sempre concordo com as premissas e conclusões daqueles que parecem estar do "meu lado". Este facto só mostra como somos distintos e como estas duas questões mexem com muita coisa.
Por isso, sim, algumas das leituras serão sobre louvor e adoração, o próximo livro que comentarei aqui será sobre isso mesmo.

Até amanhã.